A ração para gado de corte deve ser produzida e suplementada de forma inteligente e bem pensada. Existe o ditado "você é o que você come" e o mesmo funciona para animais. Junto com os suplementos, é fundamental para ter produção de carne de boa qualidade.

A nutrição é um dos pilares do tripé genética - alimentação - saúde¹ e é o que permite um sistema de produção de bovinos de corte competitivo. Você não encontrará nenhum produtor grande, médio ou emergente na Expointer que não pense em tudo que usa para alimentar seu gado.

Eu falo abaixo de gado bovino, mas estes dados também podem servir para ovinos, caprinos, suínos etc. Em grande parte das regiões do Brasil, a pastagem sozinha não supre todas as necessidades minerais do gado de corte, exigindo suplementação estratégica. Veja abaixo como a ração para gado de corte garante produção alta em quantidade e qualidade.

Faça uma boa leitura!

- Como escolher ração para gado de corte?

A escolha da ração de gado de corte deve considerar seu valor alimentar para o animal. A Embrapa aponta que por volta de 70% da composição da forragem tropical é água. Logo, recai sobre a ração de gado de corte a responsabilidade de ter a maior parte dos nutrientes que o animal precisa para se desenvolver.

A partir daí, precisa–se considerar proporções corretas de cada nutriente para alimentação do gado. A resposta para essa pergunta está ligada aos objetivos, fase de desenvolvimento e raça do animal.

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Nossa sugestão é usar a receita caseira (daremos adiante) combinada com pastagem e suplementação mineral para garantir a ingesta adequada das quantidades e proporções de nutrientes.

A ração para gado de corte, aliada aos suplementos, deve ser pensada com estes nutrientes:

Carboidratos: maior fonte de energia para os animais e tem funções diversas, como fazer parte da estrutura do corpo;

Fibras: componentes da parede celular vegetal não digeridos pelas enzimas produzidas pelo corpo do animal, geralmente já contempladas na pastagem. As funções variam entre saciedade, digestão, controle de glicemia, manutenção do peso corporal, eliminação de toxinas, entre outras;

Lipídeos (gorduras): essas substâncias oleosas têm, como principais funções, fornecer energia aos animais, auxiliar na produção de hormônios e fazer parte de membranas celulares;

Proteínas: responsáveis pela construção, manutenção e reparo de tecidos do corpo, além de formar enzimas, hormônios e anticorpos;

Minerais: executam papéis importantes na "estrutura, funcionamento celular, manutenção da pressão osmótica, transporte de substâncias, transmissão de impulsos nervosos, catalisadores de reações enzimáticas, entre outras funções"²;

Vitaminas: esses compostos orgânicos possuem funções variadas, dependendo de qual vitamina falarmos, e são divididos em dois grupos:

Vitaminas hidrossolúveis
C - Antioxidante e ação conjunta com a vitamina E e o mineral selênio;
Complexo B - Grupo de vitaminas importantíssimas para o metabolismo celular.

Vitaminas lipossolúveis
A - Usada pelo metabolismo na reprodução, na visão, na ação protetora e em outros processos;
D - Não é possível ser obtida pela alimentação de forma eficiente e deve ser sintetizada pelo corpo através de nutrição adequada e exposição ao sol. Tem o papel de auxiliar na eficiência metabólica de cálcio e fósforo;
E - Antioxidante;
K - Indispensável na coagulação sanguínea.

- Receita para ração de gado de corte:

A ração de gado de corte pode variar conforme a raça do animal e diferentes profissionais têm as próprias indicações. Eu trouxe aqui as receitas apresentadas pelo S.Thiago em uma palestra apresentada junto à Embrapa³, separadas conforme a etapa de desenvolvimento do animal:

Etapa de Creep-Feeding (suplementação na fase de aleitamento, a partir dos 30 dias de idade):

Grão de milho (sorgo, aveia) triturado - 70%
Farelo de soja - 27%
Mistura mineral - 3%
*Composição: PB = 20%; NDT = 82%.

Alimentação durante a 1ª Seca (Recria):

Grão de milho moído - 60%
Farelo de soja - 31%
Uréia + Sulfato de amônio - 4%
Mistura mineral - 2,7%
Calcário calcítico - 2,3%
*Composição: PB = 31% NDT = 76%

Alimentação para época de chuva:

Grão de milho moído - 75,70%
Farelo de algodão - 15,10%
Uréia + Sulfato de amônio - 3,2%
Mistura mineral - 3,2%
Calcário calcítico - 2,8%
*Composição: PB = 22% NDT = 74%

Alimentação durante a 2ª Seca (Engorda):

Grão de milho moído - 80,0%
Farelo de soja - 15,0%
Uréia + Sulfato de amônio - 2,5%
Carbonato de Cálcio - 1,5%
Mistura Mineral - 1,0%
*Composição: PB = 22% NDT = 80%

Alimentação durante o confinamento:

Milho moído - 83,10%
Farelo de soja - 9,6%
Uréia + Sulfato de amônio - 3,4%
Mistura mineral - 2,0%
Calcário calcítico - 1,9%
*Composição: PB = 22% NDT = 79%

- Como suplementar ração de gado de corte:

A suplementação da ração do gado de corte pode ser realizada com preparados prontos oferecidos por empresas da agroindústria. Cada nutriente vai ter a sua proporção e modo de oferta ao animal, por isso sempre vale a pena questionar o fornecedor.

As receitas apresentadas fornecem uma base sólida e adaptável para diferentes fases produtivas, mas devem ser ajustadas com suporte técnico para cada realidade.

No entanto, cabe ressaltar um ponto:

Embora a combinação entre ração e pastagem resolva boa parte das necessidades nutricionais, a ausência de suplementação específica pode comprometer o ganho de peso ideal e a prevenção de certas carências minerais.

É necessário compreender a função de cada nutriente e como suplementar de forma adequada. Aqui, eu quero destacar dois, o fósforo e o cálcio, e as suas importantes funções:

Cálcio: serve para garantir a formação correta dos ossos (incluindo dentes), contração muscular, a coagulação sanguínea, a transmissão de impulsos nervosos, o funcionamento adequado de enzimas e hormônios, manutenção da saúde cardiovascular e prevenção da osteoporose;

Fósforo: trabalha junto com o cálcio para formar ossos, participa do metabolismo energético por meio da molécula de ATP (adenosina trifosfato), auxilia na regulação do pH do sangue e é componente essencial das membranas celulares (fosfolipídios) e do material genético (DNA e RNA).

E a melhor forma de suplementar a ração para gado de corte com cálcio e fósforo é através do fosfato bicálcico, como mostra o estudo Exigência mínima de fósforo em novilhos da raça Nelore⁴, onde percebeu-se que o uso do fosfato bicálcico foi essencial para estabelecer os níveis mínimos necessários de fósforo para a manutenção do equilíbrio mineral em novilhos Nelore, em condições experimentais locais.

- Fosfato bicálcico:

Sabendo da importância do fosfato bicálcico para suplementar cálcio e fósforo para bovinos, é preciso ser estratégico ao adquirir bons produtos que realmente trarão resultado para o ganho de peso e prevenção de doenças dos seus animais.

A mistura de fosfato bicálcico na ração para gado de corte é imprescindível para o controle da nutrição mineral adequada. Só que diferentes agroindústrias entregam produtos de diferentes capacidades de absorção.

O fosfato bicálcico da Kitano, no entanto, é desenvolvido sob um rígido padrão de qualidade e tecnologia de ponta, que permitiu formular um suplemento de alta biodisponibilidade.

A estabilidade da composição e até mesmo o tipo de embalagem permitem ao produto manter suas propriedades físicas e químicas.

O resultado? Evitamos os riscos de aglomeração e aumentamos a segurança do seu processo produtivo. É assim que garantimos que sua produção de carne terá alto rendimento e lucratividade.

Além disso, temos profissionais dispostos a responder suas dúvidas a respeito de nutrição animal e suplementação de fósforo e cálcio.

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Fontes:

¹RAPOSO DE MEDEIROS, S. et al. Gado de Corte. [s.l: s.n.].
²LUIZ, A. et al. NUTRIÇÃO ANIMAL FÁCIL. [s.l: s.n.].
³SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS EM PASTEJOS.
⁴FILHO, S. et al. Exigência mínima de fósforo em novilhos da raça Nelore. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35, n. 9, p. 1861–1865, 1 set. 2000.